O dia em que a Arena Independência virou "Arena Corinthians"

Nem os deuses do futebol podem explicar-nos o que ocorreu na tarde deste 1° de novembro, um ensolarado domingo em Belo Horizonte. A cidade foi palco de uma das melhores exibições do líder deste campeonato brasileiro. 

Tomado por um clima de ansiedade misturado com tensão, Atlético Mineiro e Corinthians entraram em campo tomados pela atmosfera desse jogo que prometia ser incrível. Vice líder x líder, respectivamente. O favoritismo para uma das equipes era algo inimaginável neste jogo.



Era perceptível a tensão na equipe mineira. Enquanto o Corinthians tentava sair jogando com toques rápidos e envolventes, característica maravilhosa dessa equipe, o Atlético Mineiro tentava algo mais direto. Cruzamentos, sejam eles rasteiros, em escanteios ou em cobranças laterais, eram constantes no Galo.

Ocorreram poucos lances expressivos no primeiro tempo. Uma chegada ali ou acolá de ambas equipes e só. Era claro que as duas equipes buscavam o erro do adversário, algo que estava difícil de acontecer nesta partida.

Foto: Footstats

O segundo tempo chegou e, junto dele, o verdadeiro futebol praticado por essa equipe corinthiana de Tite. Um futebol coletivo, com toques certeiros e rápidos, que envolveram a equipe mineira. Pouco chegava o Atlético ao gol defendido por Cássio, arqueiro corinthiano. 

 Chegamos aos 20 minutos. Era perceptível o avanço das linhas de marcação da equipe corinthiana, empurrando o Atlético Mineiro para o seu campo defensivo. Após uma arrancada do zagueiro Felipe pela lateral direita, o Atlético viria o seu pesadelo começar. O cruzamento do zagueiro corinthiano não foi certeiro, mas o de Jádson foi perfeito para Malcom, livre da marcação do zagueiro atleticano Edcarlos, cabecear no contrapé do goleiro Victor e abrir o placar do jogo.

A torcida mineira ficou inconsolada. O líder do campeonato abriu o placar em plena casa do Atlético Mineiro. E agora, Levir Culpi ? Em busca de resolver o problema ofensivo de sua equipe, Levir colocou o meia Cardenas no lugar do volante Donizete. Mas o pior estava por vir.

Ainda mais tenso, o time do Atlético Mineiro partiu para o 'abafa', deixando espaço para mais uma das qualidades do Corinthians: o contra-ataque rápido. 

Após uma roubada de bola da defesa corinthiana, Jádson e Rodriguinho trocaram passes rápidos no meio de campo. Jádson infiltrou a intermediária atleticana e tocou para Vágner Love que, após um belo drible de corpo em cima de Edcarlos, chutou forte para o fundo do gol. O terror já estava implantado de vez na Arena Independência. 

O Atlético estava na roda corinthiana. O jogo atleticano era monótono e previsível: bolas aéreas em busca de um dos bons cabeceadores que a equipe mineira possui. Nem parecia que o Corinthians estava jogando fora de casa. A arena mineira virou a "Arena Corinthians" por um dia. 

Para concluir a derrota desastrosa do Atlético, o Corinthians ainda marcou mais um aos 40 minutos. Após uma belíssima troca de passes entre Vágner Love e Renato Augusto, o meia cruzou para Lucca, na pequena área, concluir um belo voleio. Estava tudo acabado para o clube mineiro. A derrota era inevitável a partir de agora.


Além de coroar a brilhante exibição corinthiana, essa vitória tem sabor especial para Tite. Ele é o grande responsável pela maneira como o Corinthians tem jogado. Esqueça aquele Tite retranqueiro/defensivo, o 'novo' Tite é incrível. Um verdadeiro maestro para a equipe paulistana. 


A perda do título brasileiro por parte corinthiana é algo inimaginável. A hora de festejar já está bem próxima, torcedor corinthiano. 





Ricardo Gomes RBR Investment Fund
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